segunda-feira, novembro 27, 2006

O poder...das palavras ou do amor!


Já parou para pensar como as palavras são signos com imenso poder, seja para o amor, seja para a discórdia?
Estive a pensar o quanto elas são pobres. Sim! São pobres. Temos um finito código lingüístico e com esse número limitado somos obrigados a nos expressar. Tomemos como exemplo o “Eu te amo”.
Nos namoros atuais isso já é dito quase depois do primeiro beijo, mas então que voltemos ao passado. Não tenho certeza, mas as pessoas mais idosas insistem em dizer que tudo era diferente antigamente, querendo deixar explícito que antes as mulheres eram mais sérias e os homens se apaixonavam de verdade. Enfim, seja naquela época ou na atualidade era um tal de “eu gosto de você", depois vinha o “eu adoro você”, até que finalmente chega ao já banalizado” eu te amo”. Viu? Acabou! Sim. Resta apenas brincar com as palavras agora, trocá-las de lugar como num jogo, mas o significado é o mesmo. E nem sempre com o sentimento é assim.
É interessante: as palavras, ditas anteriormente, tão poderosas, já não conseguem alcançar o sentimento. A gente quer mostrar que o amor aumentou, que a presença daquele é cada vez mais indispensável e o finito código vive a nos castigar. Ele nos impede. Ele nos limita.E assim vai... o sentimento tomando rumos avassaladores, enquanto as palavras se estagnaram...!

quarta-feira, novembro 15, 2006

Histórias do dia-a-dia...


Foi num simples domingo, numa ida ao teatro que vi a péssima bagagem cultural que tenho. Já na entrada tudo era diferente do que costumava estar entre meus passeios prediletos. Não custava tentar a nova e emocionante adrenalina.
De fundo musical uma voz grave dizia algumas belas palavras, algumas nem tão entendíveis assim. Mas pelo menos já não eram as músicas da Terra FM.
As pessoas? Nem tão bem arrumadas como em um show. Simples, chinelos, nem por isso com ausência de beleza. Um detalhe a se observar: 90% usavam óculos de grau. E eu lá sem lente ou qualquer coisa parecida.
O ambiente era interessante. Me senti por um momento culta. Eu disse que foi por um momento. Mal a peça começava e as frases retiradas do texto do Machado mexiam com meu cérebro no árduo trabalho de entender “aquilo”. Entendia uma coisinha aqui, não entendia muitas coisinhas ali.
Que experiência... “Cômica, senão fosse trágica”. Cômica, porque reparei na minha ignorância cultural. Trágica por saber que quase chego na casa dos 20 sem ter uma aventura tão prazerosa como uma simples, mas complexa ida ao teatro.
Agora que novas peças venham. Que eu as entenda e mude a freqüência do rádio. Essa 104 já está me cansando!!!

(O momento foi escrito após a chegada do teatro, liga-se o rádio e está passando “bebo pra carai”...isso pede reflexão).

terça-feira, novembro 14, 2006

Odeio

Eu odeio quem masca chiclete parecendo que rumina.
Eu odeio barulho de chinelo arrastando parecendo que a pança pesa toneladas.
Eu odeio glacê de bolo. E odeio quem suja a boca com glacê.
Eu odeio ir à manicure. Eu odeio unha do pé redonda.
Eu odeio quem fala lento e formalmente.
Eu odeio molhar os pés e não poder enxugar. Eu odeio toalha molhada.
Eu odeio ir ao supermercado. Eu odeio ir ao shopping para andar à toa.
Eu odeio ficar dois finais de semana seguidos em casa. Eu odeio ficar dois finais de semana seguidos saindo.
Eu odeio não enxergar nitidamente à noite. E odeio o dia.
Eu odeio música que vai até o “chão, chão, chão”. E odeio “não me ligue a cobrar no celular”.
Eu odeio cabelo solto em sala de aula.
Eu odeio minha cachorra latindo pra mim quando estou perto da comida dela (eu não como ração).

... e eu começo a achar que odeio coisa demais!!!