sábado, dezembro 30, 2006

E eu vou utilizar um post para esta frase sim:

"A GENTE NÃO ENGORDA ENTRE O NATAL E O ANO NOVO, MAS ENTRE O ANO NOVO E O NATAL"

Eu não sei quem a criou. E me desculpe o inventor.
Meu irmão me apresentou a tal "reflexão" há dias e eu não poderia deixar de mencionar as simples palavras que me fizeram "rir horrores"!!!!

Beijos!

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Um assunto, e outro assunto

A programação da Bandeirantes não poderia ter me dado uma surpresa mais agradável do que transmitir “ O fabuloso destino de Amelie Poulain”, com a famosa atriz francesa Audrey Tatoou ( a que fez Sophia em “O Código da Vinci”). Iniciou hoje, 28 de dezembro de um quase final 2006, nessa emissora o Top Cine. Uma pena imaginar que uma boa porcentagem da população mal saberá que nesse momento Amelie está a levar alegria a tantos personagens, sem ao menos conhecê-los.
Enquanto a Globo transmite filmes americanos pertencentes a indústria cultural, a Band muda a direção e apresenta filmes franceses de melhor qualidade. Uma pena a imagem ser tão terrível! E que outros canais “tomem” o mesmo caminho...
... não era exatamente isso que gostaria de escrever ao me sentar aqui. ( Mas também não poderia deixar de mencionar os dizeres acima). Então voltemos ao próposito inicial: parei um tempo para imaginar o que outras pessoas poderiam estar a fazer nesse exato tempo em que aqui estou. Ou mesmo, nesse tempo em que gasto para digitar. É agradavél e ao mesmo aterroriza imaginar que nesse momento um homem trabalha e outro estar a percorrer o mundo. Uma mãe rouba para alimentar o filho, e um filho é morto na favela. Que na cabeça daquele morador do Rio de Janeiro o terror está do seu lado, e daquela madame do condomínio fechado seu cérebro se preocupa na cor do esmalte que vai obrigar sua manicure a pintar a unha de sua cachorrinha poodle que ficou desaparecida há meses e por seu resgate foi oferecido milhões. E outros milhões aparecem em paraísos fiscais.
É estranho pensar que nesse momento uma casa é assaltada, uma pessoa morre, e uma mulher é estuprada; uma pessoa bate o dedinho no “pé da cama”; e outra deixa cair o leite no chão da sala e o garçom é despedido por deixar a bandeja cair no cliente. É estranho imaginar que enquanto eu digito aqui, mais uma casa foi invadida, mais um carro capotou, e todos esses e mais um tanto de outros vêem o tempo diferentemente, mesmo ele sendo o mesmo para mim, para ele, para ela....
É estranho tentar ter estatísticas de quantas pessoas nesse momento fazem xixi, ou acabam de levar uma surra. É pior ainda imaginar que a maior porcentagem da população não tem tempo para ler ou escrever, ou pensar nisso.
Se sinceridade é adjetivo, então aqui confesso: não sei como finalizar esse texto, se é que ele tem fim...

sábado, dezembro 23, 2006

“A cura pelo riso”




Corredores brancos, largos e vazios. Silêncio. Choro. Alegria. Tristeza. Caminha-se mais e logo as paredes se colorem. Desenhos. Cores vivas. Continua choro, continua a tristeza no olhar. São antônimos que se encontram freqüentemente.
Um lugar frio. Um lugar triste. Um lugar sem o aconchego de nossas casas, de nossas cobertas, de todo nosso carinho familiar. Pessoas de branco, de um lado para o outro. Seringas e sangue. Mais choro. Mais dor. E mais esperança.
De longe, bem de longe se escuta algo. Uma música leve. Gostosa de se ouvir. E o som se aproxima no toque de um violão. Pessoas chegam com roupas de cores vivas. Perucas. Eis aí que surge o grupo Medicócegas.
Um grupo de reanimação hospitalar, prontos para ajudar o próximo. Dispostos a levar a alegria àqueles que há muito tempo não conseguem sorrir. Uma verdadeira e incessante busca da cura pelo riso.
Com suas roupas chamativas os palhaços vão caminhando e cantando por aquele corredor que já não é mais vazio, que a tristeza já foi embora, dando espaço aos sorrisos, as gargalhadas. Mães surgem pelas portas com um olhar de esperança. Um olhar de que tudo não será em vão. Que logo aquele ambiente já não será mais tão familiar.
As crianças também logo surgem. Difícil para andar acompanhados do soro, mas nada que os impeçam de prosseguir a caminhada pelo extenso corredor com os palhaços. Os enfermeiros, as telefonistas já participam daquela festa com direito a balão e amor.
As crianças, pouco cabelo, não entendem o motivo de elas estarem ali. E as mães não entendem o porquê de serem justamente eles que estão ali. Não entendem, mas unem forças para conseguir superar mais esse obstáculo.
A doença “chegou” à essas crianças, sem pedir permissão, sem ao menos perceber que são somente crianças. Que querem rir, que querem sair correndo pelas ruas. Que querem soltar pipa. Que querem nadar, correr pelo parque, brincar com os amiguinhos. Elas só querem ser crianças, não clamam por mais nada. Mas a doença não se importa. Invade. Médicos, o grupo de animação, as famílias e Deus se unem, e lutam todos juntos contra essa doença que gera o crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se para outras regiões do corpo.
E a caminhada continua: os voluntários para levar a alegria à todos passam de quarto à quarto, distribuindo sorrisos e animação. Um grupo que surgiu no ano 2000 e continua com todo o fervor numa contínua luta pela redução momentânea da dor daqueles que foram invadidos por uma doença que não tem piedade.
Uma equipe formada por pessoas de todas as áreas. Não importa o curso, que nível escolar tem. Necessita de pessoas que tenham amor para doar. Que tenham “um coração que realmente funcione”. Disposição para andar e distribuir alegria em sábados à tarde.
Os profissionais daquele local, além das mães e seus filhos, também aprovam o Medicócegas. Brincam, se divertem. A enfermeira Carmem Célia, afirma que muitos pacientes melhoram de humor através dos contatos com os palhaços. “As crianças se estressam devido ao tratamento, mas quando eles chegam o humor já muda”. A enfermeira ainda diz que quando os palhaços não vão, tudo fica sem graça. É perceptível a animação que o grupo transmite. Basta visitar e logo isso se confirmará.
As crianças que os recebem se sentem em um mundo que realmente pertencem à elas. O estudante Lucas Rodrigo, conhecido como Dr. Lokão diz que o sorriso das crianças é o que os aprovam e confirmam, que disseram sim aos palhaços. “Sinto como uma missão cumprida quando vejo que posso levar a alegria para elas”, afirma Dr. Lokão.
Há no grupo pessoas que entraram recentemente, outros que permanecem desde o surgimento, além de ajudarem na fundação de tão valioso “trabalho”. Os membros criam seus personagens. Cada um se destaca por um detalhe, por um charme diferente.
Dr. Zezinho (Lúcio Flávio), criou um garoto de sete anos que foi inspirado no seriado mexicano Chaves. Ele diverte as crianças, atormenta as enfermeiras, curte com os outros membros. É uma lição de vida! “É muito gratificante, porque você tira as crianças daquele momento triste e as traz de volta ao mundo delas, ao mundo das crianças”.
Diferente do Dr. Zezinho, o Dr. Taboca ( Raycem Martins) chegou ao grupo há poucos meses. Mas logo foi criando seu personagem e levando também sua contagiante alegria. “Meu personagem ainda está em formação”. Dr. Taboca criou algo diferente, algo único. “Criei um bumbum falso”. Ele, com seu detalhe especial chama a atenção pelo corredor. Não há quem não resista olhar e dar gargalhadas!
Uma parte do texto produzido por Letícia Santana/ Belisa Monteiro/ Dérika kyara, no primeiro semestre de 2006, registrando a importância do grupo Medicócegas para as crianças do Hospital Araújo Jorge.Uma visão diferente de hospital foi observada durante as visitas aos sábados à tarde.
Experiência grandiosa!

domingo, dezembro 10, 2006

Histórias do dia-a-dia 2

Experiências são sempre bem vindas, desde que se consiga retirar algum aprendizado delas. E dessa vez minha ida foi à feira. Não era uma simples feira. Era a mais famosa de Goiânia: Feira Hippie!
Destaca-se entre as outras pela semelhança ao inferno. Pelos roubos e uma rádio informando sobre os cheques sem fundos que frequentemente os coitados feirantes recebem.
É engraçado como você se prepara para sua saída de domingo. Você não se preocupa em colocar a melhor roupa, tampouco uma bolsa combinando com o sapato. Quanto mais feia melhor. Quanto mais a roupa for antiga, mais você se sente bem. Bolsa? Jamais a leve!!! Leve tudo no bolso e a cada passo certifique-se que seu dinheiro ainda está lá.
Não estou acostumada a ir em shoppings fazer compras. Eu não gosto; eu não posso! Feiras também não é um passeio dos mais agradáveis. Mas é necessário. Fazendo a propaganda básica, lá você compra 3 camisas lindas por 10 reais. Uhuuuuuu...só não sei se agüentarão a primeira ida à máquina de lavar!
Engraçado que há partes de roupas bonitas, mas do outro lado é exclusivo para as roupas um pouco exóticas, se é que me entende. Deve vender. Eu que sou chata. Roupas do lado da banca de churrasquinho. Combinação perfeita!
Há partes vazias. Há partes lotadas, abafadas, sufocantes... em que se diz: “ Eu nunca mais volto nesse inferno”. E é impressionante como no próximo domingo você ainda quer voltar para trocar as peças que não serviram.
Acho que jamais entenderei porque todo parente quando vem visitar Goiânia fica louco para ir à Feira Hippie. Acordam você de madrugada no domingo (o único dia em que pode dormir até mais tarde), tocam a campainha e ainda reclamam se você o enrola. Você vai, com o olho ainda cheio de remela e é obrigado a carregar as sacolas que insistem em rasgar no meio do caminho.
Os parentes voltam para suas cidades e você fica traumatizada de tanto andar e nada achar. Quando eles vêm fazer a visita novamente, você já tem compromisso marcado: ir à feira!
E assim vai... hora de pegar o “busão” e voltar para a casa, afinal o paraíso nos espera!